Movimentação - Calma no início, silêncio no fim

Clima que cercou a partida do Castelão foi de tranquilidade, mesmo com a eliminação do Alvinegro

O torcedor do Ceará saiu cedo de casa, ontem, para acompanhar o duelo contra a equipe do Asa/AL, na Arena Castelão, pela semi-final da Copa do Nordeste. Apesar do recorde de público - o time alvinegro levou 52 mil torcedores à Arena -, a movimentação no entorno do estádio e nos terminais da Lagoa e da Parangaba foi tranquila.

Mais de 52 mil pessoas foram ao Castelão para conferir a partida de volta da semifinal da Copa do Nordeste. Nenhum grave incidente foi registrado FOTO: TUNO VIEIRA

A partir das 15 horas, começou a movimentação de torcedores nos terminais. Coletivos chegavam lotados. Empolgados, os torcedores faziam bastante barulho, cantarolando músicas do time alvinegro. Mas nenhum grave incidente foi registrado antes do início da partida. No Terminal da Lagoa, onde a segurança foi reforçada por 12 policiais militares e 17 guardas municipais, não houve nenhum tumultuo ou assalto a passageiros. A única ocorrência registrada foi a apreensão de um rojão por parte da Guarda Municipal.

Revista

O barulho de fogos foi o que chamou a atenção do inspetor Vieira, da Guarda Municipal. Ele conta que esperou o ônibus entrar no terminal para fazer a revista nos torcedores. Foi nesse momento que localizara o rojão. Tenente Alberto, da PM, comenta que o reforço da segurança tem como objetivo evitar tumultuo e assalto a passageiros. Outra preocupação é com os torcedores que insistem em ir ao estádio em cima dos coletivos, os chamados "surfistas de ônibus".

No Terminal da Parangaba, era grande a movimentação de passageiros na tarde de ontem. O reforço na segurança foi feito por 17 PMs e 25 homens da Guarda Municipal. Lá, nenhum tumultuo foi registrado. O momento mais tenso foi quando um grupo com aproximadamente 60 torcedores chegou fazendo "algazarra". Antes que houvesse intervenção por parte da polícia, os próprios torcedores optaram por sair do terminal e seguir a pé para o Castelão. A operação nos terminais teve início às 15h e só se encerrou às 22h.

Policiamento

Nas vias que davam acesso ao Castelão, o policiamento foi reforçado. Em muitos cruzamentos viaturas do Ronda do Quarteirão e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) podiam ser vistas, dando ao torcedor e a população a sensação de segurança.

Meia hora antes do início da partida, muitos torcedores ainda estavam do lado de fora, formando um grande aglomerado de pessoas nas entradas do estádio. Mas não faltou animação e muita gente aproveitou para tirar fotos em frente à nova fachada do Castelão.

Por volta das 18h, um alvoroço generalizado tomou conta do local. Não era nenhuma confusão, apenas o término do jogo do arquirrival do Alvinegro, o Fortaleza, que fora derrotado.

Pouco mais de duas horas depois, foi a vez da torcida alvinegra silenciar.

Segurança garantiu paz antes e depois da partida

Torcedores que foram ao Castelão puderam torcer sem grandes complicações Foto: Kiko Silva

Para alívio da Polícia Militar, tanto antes como depois da partida, o clima foi de tranquilidade. De acordo com o comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos, major PM George Benício, antes do jogo começar não houve conflitos em terminais e nas principais vias de acesso para o Arena Castelão. "Grande movimentação, mas tudo tranquilo. Apenas algumas ocorrências sem importância. O torcedor está de parabéns", afirmou.

E mesmo com a derrota do Ceará para o Asa por 1 a 0, a torcida alvinegra deu exemplo de civilidade e não deu trabalho para policiais militares.

Segundo informações da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) houve apenas apreensões de pequenas quantidade de drogas e armas com alguns torcedores nas proximidades do Terminal do Antônio Bezerra.

LUANA LIMA
REPÓRTER

Ingressos são vendidos pelo triplo do preço por cambistas

Muitas pessoas foram às bilheterias do estádio, mas acabaram não encontrando mais ingressos. A única solução era apelar para os cambistas, que chegaram a vender entradas por R$ 90, segundo um torcedor FOTO: JOSÉ LEOMAR

Quem deixou para comprar ingressos na última hora teve uma surpresa desagradável. Muitos ingressos estavam nas mãos de cambistas e os preços foram às alturas nessa condição.

O estudante Alyson Lucas, 19, comprou seu ingresso por R$ 80. Segundo o torcedor, a movimentação de cambistas ao redor do estádio Castelão era frequente. "Não tive tempo para comprar na semana. O jeito foi comprar por esse preço. O que é lamentável", afirmou.

Outro que ficou surpreso com o valor do ingresso foi o comerciante Diego Nogueira, 26, que conseguiu comprar nas lojinhas do Ceará pelo preço de R$ 30. No entanto, ele viu que tinha ingressos sendo comercializados por até R$ 90. "Perto do estacionamento do estádio, tinha dois cambistas vendendo por R$ 90. Dois torcedores pechincharam e conseguiram ambos por R$ 150. Acho isso um absurdo, pois quem mais sai perdendo com isso tudo somos nós, torcedores", disse.

Frustração

Já outros menos abnegados momentos antes de a bola rolar estavam sem esperança de ver a partida. Foi o caso do estudante Arlindo Feitosa, 23, que juntamente com o primo, Josué Marques Feitosa, 21, não tinham o dinheiro suficiente para adquirir os ingressos. "Infelizmente nós só temos a conta certa. Ou seja, os R$ 60. Fomos até a bilheteria e não encontramos ingressos. O cambista cobrou R$130 pelos dois e depois ofereceu por R$ 100,00. Não sei se vou conseguir acompanhar o jogo", lamentou.

Outros tiveram sorte e conseguiram comprar com preços acessíveis. O mecânico Álvaro Magalhães,37, adquiriu seu ingresso bem na linguagem futebolística. Simplesmente nos acréscimos. "Comprei por R$ 50 e acho que tive sorte. Vi alguns torcedores comprando por R$ 70 e até R$ 100. Agora é entrar e torcer para que o Ceará chegue à final da Copa do Nordeste 2013", afirmou.

Festa e decepção

Clima esportivo

O que tinha tudo para ser um espetáculo feliz no novo Castelão acabou se transformando em frustração. A arena lotada viu o Ceará cair diante de um competente ASA. Porém, apesar disso, o clima foi de paz. As exceções foram os surfistas de ônibus, vistos mais uma vez em ação, e um rojão apreendido

Postada:Gomes Silveira

Fonte:Diário do Nordeste