Tragédia com torcedor boliviano em jogo do Corinthians repercute, e presidente nega que torcida tenha privilégios
O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem, em São Paulo, para falar em nome do clube sobre a morte do torcedor boliviano Kevin Beltram Espada. O garoto de 14 anos foi atingido com um sinalizador solto pela torcida corintiana, no Estádio Jesus Bermúdez, durante jogo contra o San José, em Oruro, Bolívia, pela Libertadores.
Torcedores bolivianos se manifestam em Oruro, Bolívia, após a morte de adolescente atingido por rojão. Doze corintianos foram detidos após a partida da última quarta e presidente alvinegro diz não acreditar em exclusão do clube fotos: Reuters
Gobbi tentou eximir o clube de qualquer responsabilidade pela morte do torcedor do San José - em Oruro, 12 torcedores corintianos que estavam no estádio foram detidos pela polícia boliviana para investigação.
"Pelo que tenho visto, por jornais, vídeos, parece ter sido um acidente involuntário quando o torcedor foi soltar os fogos. Não posso crer que alguém vá a um jogo de futebol para matar outro. Se eu acredito 1% nisso, tenho de sair do futebol", disse o presidente, refutando a hipótese de que o disparo do sinalizador tenha sido proposital.
O incidente deverá levar o Corinthians a ser julgado pelo novo tribunal de disciplina da Conmebol, correndo até mesmo o risco de ser excluído da Libertadores. Mas Gobbi não acredita nisso. "Também falo aqui como profissional do direito. Não cabe essa pena ao Corinthians. O crime não passa da pessoa que o delinquiu. Se não há dolo, é um acidente. Acidentes existem".
Relação com a torcida
O momento de maior tensão da entrevista coletiva aconteceu quando Gobbi foi questionado sobre a relação do Corinthians com as organizadas. Perguntado se o clube dava ingressos para as torcidas, ele tentou inicialmente desviar o assunto. Depois, aumentou o tom de voz e foi áspero com os jornalistas.
"O Corinthians tem uma relação com a torcida igual a todos os clubes, de respeito, diálogo e ambos querem ganhar, nada mais", disse Gobbi, antes de ser novamente confrontado. "O Corinthians não participa de financiamento das viagens, quem quer ver jogo paga ingresso", garantiu, ríspido.
Fábio Santos cogita exclusão
Se a exclusão do Corinthians da Libertadores deste ano for realmente necessária para que se ponha um ponto final nas mortes no futebol, o lateral-esquerdo Fábio Santos apoiaria essa decisão. "Se for para mudar, aceitamos ser punidos. Se a gente tiver a certeza de que ninguém mais vai sofrer com isso, que não vai mais haver mortes, sou a favor", disse o jogador, titular do time.
Fábio Santos foi um dos jogadores que deram entrevista no desembarque do time na tarde de ontem em São Paulo, depois do trágico jogo da noite anterior na Bolívia. Ele disse que uma solução seria proibir a entrada de torcedores nos estádios com sinalizadores ou fogos de artifícios. "Antes proibiram bandeiras, a partir de agora a coisa certa seria proibir fogos também", defendeu o lateral.
´Punição exemplar´
O ministro do Esporte Aldo Rebelo disse nesta quinta-feira, em nota de pesar, que os envolvidos na morte do torcedor boliviano devem ter "punição exemplar".
"É inaceitável a ocorrência de atos violentos por parte de torcedores em praças esportivas", disse o ministro. Segundo Aldo Rebelo, "o Ministério do Esporte aguarda a conclusão das investigações para que sejam apontados os culpados e haja a punição exemplar dos responsáveis".
Seis dos 12 corintianos detidos podem ser liberados pelas autoridades da Bolívia ainda hoje, segundo o Itamaraty.
Time pode perder pontos ou mandos
A posição da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) sobre a morte do torcedor Kevin Douglas Beltrán Espada será decidida pelo Tribunal de Disciplina da entidade, que aguarda até hoje a documentação da partida de Oruro.
Segundo relato de um dirigente da entidade, que não quis se identificar, as punições mais prováveis ao Corinthians seriam perda de pontos, do mando de campo, ou ainda jogar com portões fechados. Pelo artigo 11 do código disciplinar da Conmebol, "clubes podem ser punidos por comportamento inadequado da torcida". Entre eles, está "usar sinalizador ou artefato pirotécnico".
Os clubes aguardam as notificações da Conmebol. Assim, qualquer decisão só deve ser anunciada na próxima semana.
O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem, em São Paulo, para falar em nome do clube sobre a morte do torcedor boliviano Kevin Beltram Espada. O garoto de 14 anos foi atingido com um sinalizador solto pela torcida corintiana, no Estádio Jesus Bermúdez, durante jogo contra o San José, em Oruro, Bolívia, pela Libertadores.
Torcedores bolivianos se manifestam em Oruro, Bolívia, após a morte de adolescente atingido por rojão. Doze corintianos foram detidos após a partida da última quarta e presidente alvinegro diz não acreditar em exclusão do clube fotos: Reuters
Gobbi tentou eximir o clube de qualquer responsabilidade pela morte do torcedor do San José - em Oruro, 12 torcedores corintianos que estavam no estádio foram detidos pela polícia boliviana para investigação.
"Pelo que tenho visto, por jornais, vídeos, parece ter sido um acidente involuntário quando o torcedor foi soltar os fogos. Não posso crer que alguém vá a um jogo de futebol para matar outro. Se eu acredito 1% nisso, tenho de sair do futebol", disse o presidente, refutando a hipótese de que o disparo do sinalizador tenha sido proposital.
O incidente deverá levar o Corinthians a ser julgado pelo novo tribunal de disciplina da Conmebol, correndo até mesmo o risco de ser excluído da Libertadores. Mas Gobbi não acredita nisso. "Também falo aqui como profissional do direito. Não cabe essa pena ao Corinthians. O crime não passa da pessoa que o delinquiu. Se não há dolo, é um acidente. Acidentes existem".
Relação com a torcida
O momento de maior tensão da entrevista coletiva aconteceu quando Gobbi foi questionado sobre a relação do Corinthians com as organizadas. Perguntado se o clube dava ingressos para as torcidas, ele tentou inicialmente desviar o assunto. Depois, aumentou o tom de voz e foi áspero com os jornalistas.
"O Corinthians tem uma relação com a torcida igual a todos os clubes, de respeito, diálogo e ambos querem ganhar, nada mais", disse Gobbi, antes de ser novamente confrontado. "O Corinthians não participa de financiamento das viagens, quem quer ver jogo paga ingresso", garantiu, ríspido.
Fábio Santos cogita exclusão
Se a exclusão do Corinthians da Libertadores deste ano for realmente necessária para que se ponha um ponto final nas mortes no futebol, o lateral-esquerdo Fábio Santos apoiaria essa decisão. "Se for para mudar, aceitamos ser punidos. Se a gente tiver a certeza de que ninguém mais vai sofrer com isso, que não vai mais haver mortes, sou a favor", disse o jogador, titular do time.
Fábio Santos foi um dos jogadores que deram entrevista no desembarque do time na tarde de ontem em São Paulo, depois do trágico jogo da noite anterior na Bolívia. Ele disse que uma solução seria proibir a entrada de torcedores nos estádios com sinalizadores ou fogos de artifícios. "Antes proibiram bandeiras, a partir de agora a coisa certa seria proibir fogos também", defendeu o lateral.
´Punição exemplar´
O ministro do Esporte Aldo Rebelo disse nesta quinta-feira, em nota de pesar, que os envolvidos na morte do torcedor boliviano devem ter "punição exemplar".
"É inaceitável a ocorrência de atos violentos por parte de torcedores em praças esportivas", disse o ministro. Segundo Aldo Rebelo, "o Ministério do Esporte aguarda a conclusão das investigações para que sejam apontados os culpados e haja a punição exemplar dos responsáveis".
Seis dos 12 corintianos detidos podem ser liberados pelas autoridades da Bolívia ainda hoje, segundo o Itamaraty.
Time pode perder pontos ou mandos
A posição da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) sobre a morte do torcedor Kevin Douglas Beltrán Espada será decidida pelo Tribunal de Disciplina da entidade, que aguarda até hoje a documentação da partida de Oruro.
Segundo relato de um dirigente da entidade, que não quis se identificar, as punições mais prováveis ao Corinthians seriam perda de pontos, do mando de campo, ou ainda jogar com portões fechados. Pelo artigo 11 do código disciplinar da Conmebol, "clubes podem ser punidos por comportamento inadequado da torcida". Entre eles, está "usar sinalizador ou artefato pirotécnico".
Os clubes aguardam as notificações da Conmebol. Assim, qualquer decisão só deve ser anunciada na próxima semana.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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